Avaliando uma segunda lavanderia | Vou comprar
E se houvesse uma forma de escalar tudo isso?
No post anterior, comentei que tinha encontrado duas lavanderias para análise. Uma delas era muito nichada, lavava couro e vestidos, principalmente de noivas. A outra tinha mais de 30 anos de mercado, mas estava precisando de uma boa atualização.
Comecei as conversas com a lavanderia que tem mais de 30 anos no mercado, pedindo algumas documentações. Entendi que, no primeiro momento, ela parece saudável financeiramente. Opera com duas unidades em bairros nobres de Curitiba e tem uma mini-usina em um bairro afastado da cidade. Rapidamente compreendi que era possível melhorar os processos, gerando assim uma rentabilidade maior. Também era possível posicionar esta lavanderia digitalmente, corri e marquei uma conversa online com o corretor.
Nessa primeira conversa, tirei algumas dúvidas básicas sobre a operação, como por exemplo: número de funcionários, custos de aluguéis, quais produtos mais rentabilizavam, qual a história da empresa, o motivo da venda, se existiam passivos tanto trabalhistas quanto fiscais, entre outros.
Descobri que o dono estava fazendo a venda porque queria se aposentar desse segmento. Uma empresa que opera mais de 30 anos, a qual seu tio tocou por 18 anos, e ele assumiu há 12. Uma empresa com muita história, porém atual proprietário acabou se desgastando ao longo do tempo, querendo focar em outros segmentos. Mesmo assim, ainda é uma empresa rentável.
Após essa primeira conversa e o envio de alguns documentos, agendei uma visita na mini-usina para verificar como tudo funcionava. Para minha surpresa, no dia da visita estava caindo um dilúvio. Muita chuva, tanto que precisei ficar 30 minutos dentro do carro aguardando a chuva acalmar para poder sair. Ao entrar no espaço, encontrei apenas o dono, pois era fora do horário comercial. Ele não queria que os funcionários soubessem da venda. Mas também encontrei o espaço todo alagado. Notei logo de saída que teria que fazer manutenções preventivas naquele espaço, limpar calhas, trocar telhas quebradas, trocar maquinário que estava precário, alguns deles há mais de anos sem manutenção. Pelo pouco que o dono me explicou, não existia um processo claro, faltava bastante comunicação com os colaboradores, e verifiquei que ainda se usava bloco de papel em algumas etapas.
Quando visitei as lojas, percebi que as coisas estavam um pouco melhores, pois existia um sistema, os colaboradores conhecendo minimamente o processo, por mais básico que fosse. Mas notei que na mesma rua, existem pelo menos cinco outras lavanderias, inclusive uma automática ao lado da possível compra. Isso é ótimo! Tem demanda na região. :D
Voltando para casa, é hora de olhar um pouco mais os números. Acompanhe comigo:
Que essa operação parece ser rentável no primeiro momento.
A empresa está um pouco melhor do que a primeira que eu analisei e tem muitas oportunidades.
É hora de apresentar uma carta de intenção de compra e iniciar a due diligence. Vamos analisar mais de 20 pontos, entre eles:
Possíveis passivos por parte do proprietário (será que ele não tem penhora e/ou bens bloqueados?);
Possíveis passivos por parte da empresa (fiscal, trabalhista e outros);
Certidões negativas de todos os órgãos, além do meio ambiente;
Extrato bancário da empresa, com comprovação dos faturamentos;
Contrato com os fornecedores;
Contrato de aluguéis;
Situação dos equipamentos;
Entre diversos outros pontos.
Mas após estas analises, eu devo comprar esta empresa. Transformar um funcionário em gerente, contratar um novo gestor para ela, e eu partiria para segunda empresa.
Pausa na conversa da lavanderia. Vamos para outro ponto!
Eu sempre fui de buscar mentorias, conversar com pessoas que são de outras verticais, que possuem conhecimento que eu não tenho, por isso resolvi convidar alguns amigos para conversar e mostrar o meu plano. Foi assim que decidi não comprar mais esta lavanderia sozinho, mas com um pool de amigos que admiro e vão me completar em finanças, jurídico, automações de processos, captação de recursos e outros pontos importantes.
Foi então que surgiu uma oportunidade ainda maior: e se criássemos um framework, um padrão, um processo, para fazer isso em não uma empresa, mas em 80, 200 empresas que podemos adquirir ao longo dos anos. Foi aí que nasceu a minds., um grupo que adquire empresas com mais de 10 anos, as quais os seus donos estão se aposentando. Onde podemos transformar os seus atuais funcionários em sócios, educando e treinando estas as pessoas, padronizamos os processos, potencializamos canais de aquisição, e mantemos a história e o legado da companhia. Minha cabeça explodiu e tudo fez muito, mas muito sentido.
Neste momento, é muito cedo para dizer se isso tudo funcionará em escala, mas agora é hora de baixar a cabeça, concretizar a compra da lavanderia, aumentar o seu lucro, melhorar os seus processos, criar um framework disso tudo e depois escalar.
Vamos lá!