O Poder dos Negócios "Entediantes": Onde Menos Glamour Significa Mais Oportunidade
Tenho pensado muito ultimamente sobre o que realmente faz um negócio dar certo. Com tanta gente falando de startups, tecnologia e inovação disruptiva, às vezes esquecemos de olhar para o básico, para aqueles negócios que ninguém acha sexy, mas que estão aí, firmes e fortes, gerando dinheiro todo mês.
Me deparei recentemente com a história do Gary Kiedaisch, um cara de 52 anos que largou o emprego para comprar uma empresa falida de lanches saudável. Sabe quanto ele fatura hoje? US$ 103 milhões por ano com sua empresa. Isso mesmo que você leu.
O que essa história me ensinou
Fiquei pensando: por que a gente não ouve mais sobre casos assim? Talvez porque não seja tão empolgante quanto um app novo ou uma IA revolucionária. Mas olha só o que aconteceu aqui: não era um garoto de 20 e poucos anos saído da faculdade, não tinha nada de revolucionário no produto. Era só um profissional com experiência que viu valor onde todo mundo só via um negócio ultrapassado.
Por que acredito que negócios "chatos" são minas de ouro
Na minha visão, essas empresas que ninguém acha interessantes têm vantagens enormes:
Menos gente querendo entrar: Enquanto todo mundo está tentando criar o próximo Uber ou Instagram, pouquíssimas pessoas estão pensando em revolucionar o mercado de, sei lá, peças industriais ou serviços de limpeza.
Cliente já existe e não vai embora: Esses negócios mais tradicionais normalmente atendem necessidades básicas que não vão sumir da noite pro dia.
O caminho já está pavimentado: Você não precisa provar que existe mercado - ele já existe há décadas! É só melhorar o que já funciona.
Preço mais justo pra comprar: Diferente de startups com avaliações astronômicas baseadas em "potencial", esses negócios geralmente são precificados pelo que realmente valem.
A experiência é um diferencial enorme
Outra coisa que me chamou atenção no caso do Gary é a idade dele. A gente ouve tanto sobre empreendedores jovens que às vezes esquece que experiência conta muito. Profissionais experientes:
Conhecem o setor a fundo
Já têm uma rede de contatos pronta
Entendem o dia a dia do negócio
Têm maturidade para enfrentar problemas
Essa é uma vantagem enorme que muitas vezes não valorizamos o suficiente.
Como estou identificando essas oportunidades
Tenho prestado atenção em alguns sinais que podem indicar boas oportunidades em setores tradicionais:
Setores que ainda usam papel e caneta: Lugares onde uma simples planilha ou app básico já revolucionaria a operação.
Empresas onde o dono quer se aposentar: Muitos negócios familiares não têm filhos interessados em assumir.
Indústrias onde todo mundo trabalha com margens apertadas: Setores onde um pouco mais de eficiência faz toda a diferença.
Necessidades "chatas" do dia a dia: Aquelas coisas que ninguém gosta de pensar, mas todo mundo precisa (tipo gestão de resíduos, limpeza, manutenção).
O futuro que vejo pela frente
Enquanto todo mundo se mata para criar a próxima grande novidade tecnológica, pessoas mais espertas estão construindo impérios em setores que não aparecem nos jornais de tecnologia. Lavanderias, distribuidoras, fabricantes de peças, empresas de logística... A lista é enorme.
No final das contas, a história do Gary me fez pensar que o verdadeiro sucesso não está necessariamente em criar algo totalmente novo, mas em fazer muito bem algo que já existe. Às vezes, o caminho menos badalado é justamente o que leva às maiores recompensas.
E aí, já olhou para os negócios "entediantes" ao seu redor hoje?
fonte: https://exame.com/negocios/homem-de-52-anos-largou-o-emprego-comprou-uma-empresa-falida-e-agora-fatura-us-103-milhoes-por-ano/